12 de jul. de 2010

A ressaca dos brahmeiros

Nossa cultura do futebol é romântica, superficial, descomprometida, festiva e volúvel... sem nenhum compromisso com nada. Somente com o riso barato e fácil.
A Copa do Mundo da tecnologia, do estudo, dos critérios sérios, castigou os bobos alegres. Sem preconceito, sou simpatizante da alegria irreverente mas como um médico maduro, criterioso e cientificista, sou obrigado a respeitar integralmente um componente definitivo das nossas vidas: a realidade.
Os africanos e os brasileiros, tão amados, tão queridos pelos seus carismas de crianças alegres, foram mandados derrotados pra casa ,todos sem piedade. Fazendo sofrer todos nós, crianças felizes iludidas pelas suas mágicas. Mais dolorosamente as crianças mesmo, aquelas que com o rosto pintado choravam por seus heróis frágeis e derrotados. Derrotados porque eram heróis de verniz .
Foram atropelados pela verdade, pela realidade, por todos os talentos que tinham e com os quais não tiveram compromisso. Talentos que faltaram na hora em que heróis são heróis e moleques são moleques.
É triste mas é uma lição de ouro. Porque as crianças pequenas que choraram, que tiveram seus sonhos roubados, que foram levianamente iludidas a preparar a festa da vitória, essas aprenderam que heróis devem se prepar para a alegria da vitória, precisam se preparar porque o caminho da vitória é estreito e todos querem passar. Mas poucos merecem estar lá, porque pensaram em tudo e se preparam para todos os desafíos que um menino guerreiro tem que saber, tem que saber que são os preparativos e os compromissos e muita, muuuuita dedicação que transforma um sonhador em um vencedor.

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