19 de jul. de 2010

O amor próprio é a única coisa capaz de curar o ódio.

Há algum tempo venho escrevendo sobre matérias de gabarito, escritas por escritores ligados a Ciência.Vinha alimentando uma vontade enorme de comentar o precioso pensamento do Dr. Moacyr Scliar.
Nesse final de semana, se tornou irresistível. Scliar escreveu sobre meu assunto preferido: entender a felicidade humana. O doutor Scliar tem duas qualidades que o tornam um ser superiormente especial: o senso universal e a capacidade de ser sempre novo e surpreendente. Dá ao seu leitor o prazer de ler e pensar de forma que ainda não tinha feito. Encontrar esse sentido novo e brilhante num assunto velho é um prazer absoluto para quem lê. É um prêmio.
Particularmente, entrando no assunto Felicidade, acho que muitas vezes construir o seu mapa fica mais claro quando delimitado pelas suas ausências. Pelas suas faltas.
A falta de ânimo e motivação é incompatível com Felicidade,. Felicidade é desacomodar-se, cheio de coragem e construir sonhos. Precisamos dar sentido a uma vida com pequenas missões, algumas batalhas e algumas vitórias. A vida não é um albergue de férias para comer, dormir e ver a paisagem.
Focar medos, temores e outros “realismos negativos também não é compatível com a Felicidade. Felicidade é confiança no que há por vir, no que se tem em si, é fé daquelas que não se precisa ver, as famosas e valiosas crenças cegas e inabaláveis, as determinações heróicas. Próprias das pessoas que mudaram o mundo, que fizeram diferença, que deram sentido às suas passagens. É feliz todo aquele que é útil, que sabe que faz a diferença.

II

A Felicidade pode ser um estado difícil de definir. Muito marcante, é a simples definição entre felicidade de estímulo meramente orgânico como comer algo muito gostoso, ganhar um carinho erótico daqueles que não dá para disfarçar, o alívio de uma dor física. Vamos chamar isso de felicidade matemática, das que são manipuladas com relativa facilidade.
Mas o ouro mesmo são as felicidades perenes. Do tipo que nos preenchem como o ar, nos acompanham como sombra.
Essas precisam ser construídas intencionalmentre em algum momento das nossas vidas. Essa requer uma intimidade amorosa de nós mesmos. Um autoconhecimento que evite frustrações desnecessárias - porque as banais são inescapáveis, elas são o tempero da vida.
Portanto, seja seu melhor amigo. E depois de conhecer as coisas essenciais que te preenchem, as pessoas que te acrescentam e te alegram, as que te entendem e perdoam com alegria de quem sabe os porquês, as que nasceram com a química e o cheiro cuja simples presença completa. Então, não demore e dê de presente para ti missões que possam mudar o mundo e confortar as pessoas. Mesmo aquelas que nem sequer saberão quem és para te agradecer, mesmo as que nem nasceram ainda.

Para mim, Felicidade é um gigante interior que se chama PAZ DE ESPÍRITO. Por isso, a última dica: quando precisar, saiba te perdoar com amor.


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Para enriquecer meu texto:
Um dia, ao acompanhar uma missão solidaria, um político americano muito poderoso viu Madre Teresa de Calcutá limpando e alimentando uma criança muito pobre e muito suja. E desabafou:

- Eu não faria isso por nenhum dinheiro do mundo.

Ao que ela, muito serenamente, comentou:

- Nem eu! Eu não faço isso por dinheiro.

1 comentários:

Neyva Daniella disse...

LIndo, gostei muito, amei seu livro.

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